segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Moda: Pré-história à Idade Antiga

“Abriram-se os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si.” (Gênesis, Capítulo 3, Versículo 7).
“E fez o Senhor Deus a Adão e sua mulher túnicas de pele e os vestiu.” (Gênesis, Capítulo 3, Versículo 21).
Nos primórdios da humanidade, o ser humano primeiramente cobriu-se com folhas e vegetais e só depois passou a usar peles, é exatamente essa a evolução da indumentária do ser pré-histórico – evolução especificada nos trechos acima. Segundo a Bíblia Sagrada, os homens se cobriram por caráter de pudor, mas há outras interpretações que relatam diferentes visões. Alguns dizem que eles se vestiam por adorno, era uma maneira de se impor aos demais e de mostrar bravura – eles usavam dentes e peles de animais que caçaram, e possivelmente lhes serviu de alimento. O homem pré-histórico aprendeu desde muito cedo a importância de enfeitar-se, este reparou que nos animais os machos destacavam-se das fêmeas por sua beleza, e resolveu tentar reproduzir essa relação. Outros ainda podem falar que eles se cobriram para se proteger. Como esses indivíduos eram nômades, eles passavam por muitas regiões de climas extremos e precisavam de alguma forma se defender das agressões externas e das intempéries. Estes seres que se cobriram com pele, se esconderam em cavernas e grutas, lugares onde deixaram seus registros iconográficos. De qualquer forma, sendo qual for a interpretação, uma coisa é fato, vestir-se era uma necessidade. Quando o ser humano deixa de ser nômade e se fixa no solo, ele passa a desenvolver a agricultura. Com isto, acaba surgindo a técnica de feltragem – usando o vegetal linho – e, posteriormente, a tecelagem.

Representação do homem pré-histórico usando roupa feita de pele de animal


Com a evolução a forma de vestir-se mudou bastante, obviamente. Na antiguidade oriental, mais especificamente no Egito antigo, o clima era bastante quente e, por isso a indumentária um tanto simples. As roupas lá eram também usadas como diferenciadores sociais – às vezes, pessoas de classes menos favorecidas materialmente andavam até nuas. A indumentária egípcia, durante o período de cultura faraônica, passou por poucas mudanças, elas só foram realmente significativas quando ocorreram as invasões de outros povos em seu território. Os trajes básicos egípcios eram chamados de chanti, uma espécie de tanga masculina, e kalarísis, a túnica longa, para ambos os sexos, pois as mulheres não podiam mostrar o corpo. A cor predominante da roupa era o branco e a base têxtil era sempre de origem vegetal, pois as de origem animal eram proibidas pela religião local por serem consideradas impuras. Um hábito, um tanto exótico, mas comum no Egito, era raspar a cabeça, visto que o piolho era uma praga na época. O que se vê de cabelo na tradição iconográfica egípcia era nada mais do que simples perucas, que posteriormente ganharam conotação social. Para diferenciar-se o faraó usava uma espécie de tecido amarrado à cabeça, cujas laterais a emolduravam, ele também usava uma barba de cerâmica, pois os pelos do corpo eram sempre raspados. As diferenças sociais também ficavam claras no adorno utilizado, os egípcios comuns usavam colares simples, já os nobres usavam o famoso peitoral, um colar enorme que cobria o peito, feito de metais preciosos. Também era bastante comum para as mulheres se enfeitar com maquiagem, os olhos eram geralmente marcados por preto e verde. Nos pés, eles usavam sandálias de palha trançada, para protegê-los do solo quente, mas também era hábito andar descalço.

Representação iconográfica egípcia.

É possível notar o uso de vários acessórios, como o peitoral.


Na antiguidade clássica – na Grécia – o vestuário foi deveras peculiar. Para ser feita a peça mais característica de sua indumentária – o quíton, usado tanto por homens quanto por mulheres - um retângulo de tecido apenas era suficiente. Como as mulheres aqui também não podiam mostrar o corpo, o quíton delas era sempre longo e o dos homens podia ser longo ou curto. Na Grécia antiga foi criado o padrão clássico de beleza, baseado na harmonia pela simetria entre os lados esquerdo e direito. Algo comum na vestimenta grega era a decoração baseada na arquitetura, isso se reflete no corte do tecido, que lembra claramente as pilastras de suas obras arquitetônicas. Para os gregos, era comum o uso da barba, e com o tempo ela passou a significar seriedade e serenidade; justamente por isso os mais jovens passaram a raspar suas respectivas barbas. Ao contrário do que se pensa, a indumentária grega era bastante colorida, exceto os usados pelos pobres – a estes era permitido usar apenas o branco. Com o passar do tempo, a indumentária grega, ao invés de simples, passou a ser luxuosa e ostensiva.

Corte de tecido que lembra pilastras.

Típico vestuário grego, quíton.

Ainda na antiguidade clássica – agora falando da Roma – é cabível dizer que suas roupas foram adaptadas das dos gregos. A peça característica do vestuário romano foi a toga, que era usada essencialmente pelas classes superiores. Os romanos usavam túnicas, e por cima delas a toga, que era muito volumosa e denunciava o status social de quem a portava, quanto maior fosse, mais alto seu prestígio, podia também determinar a função do indivíduo. Os mais simples, como trabalhadores e até soldados do exército, podiam até ser encontrados sem a toga, sendo vistos somente com a túnica. Era comum cobrir a cabeça, mas os penteados eram de grande importância para as romanas, existia uma grande variação na moda pela mudança contínua desses penteados. As mulheres também gostavam de descolorir as madeixas, pois o loiro estava em voga. O luxo era bastante presente, principalmente em joias, usadas tanto por mulheres quanto por homens e depois de um tempo atingiu tanto esplendor que os excessos passaram a ser uma característica da moda romana.

 Toga, característica no vestuário romano.
As pessoas mais simples, como trabalhadores, não podiam usar a toga.
Por: Lorena Fernandes.



BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. São Pualo, Editora Anhebi Morumbi, 2007.
SANTARELLI, Christ. História da Moda. Disponível em: <http://www.portaisdamoda.com.br/historiamoda.htm>. Acesso em: 11/08/2012.
SANTOS, Mónica. Moda na Grécia. Disponível em: <http://evolucaodamoda.weebly.com/moda-na-greacutecia.html>. Acesso em: 12/08/2012.
GUERRA, Rita. Evolução da Moda: Pré-História. Disponível em: <http://evolucaodamoda-apr.blogspot.com.br/2008/01/pr-histria.html>. Acesso em: 11/08/2012.
SANTOS, Mónica. Egipto: A moda no Egipto. Disponível em: <http://evolucaodamoda.weebly.com/moda-no-egito.html>. Acesso em: 11/08/2012.
 




Um comentário:

  1. ADOREI O POST! ME AJUDOU MUUUITO! PARABÉNS, MUITO BEM EXPLICADO E FÁCIL DE SE ENTENDER!

    ResponderExcluir